terça-feira, 28 de setembro de 2010

As mulheres também têm espaço no universo dos games


Os nomes de alguns videogames já indicavam “game boy”, traduzindo jogo de menino. Há tempos atrás era difícil ver uma menina comentando de videogame, ainda mais argumentando e discutindo. Se assim houvesse uma menina com essas características, essa seria tachada de estranha. Mas com o passar dos anos isso mudou, agora o grupo feminino está se interessando cada vez mais pelo universo gamer.
Elas já representam 70% do público dos jogos casuais, ou seja, games que na maioria das vezes não tem uma história definida; não possuem uma ordem cronológica dos acontecimentos; são voltados para jogatinas em grupo e procuram uma forma de diversão rápida e simples. Alguns jogos desse tipo são: Wii Sports, Wii Fit, Mario Kart, Wario Ware: Smooth Moves e a série Guitar Hero.
O Nintendo Wii, videogame que tem como foco a interação de movimentos e grande coletânea de jogos casuais apresenta a preferência das mulheres com 80% a gostarem mais do console. Segundo o presidente da Nintendo da América, Regis Fill-Aime, 11,7 milhões de mulheres utilizam o console nos EUA, o que deixaria o Wii com cerca de nove milhões de jogadoras.
Ester Castro


Ester Castro de 38 anos joga videogame desde que se casou, há cerca de 14 anos e conta que se interessou por esse universo por conta de seu marido que é aficionado por games. Ela se considera uma mistura de jogadora hardcore (pessoa que prefere jogos com uma dificuldade mais intensa) e casual, gostando de jogos como God of War, Endeless Ocean e Ninja Gaiden. Ela acha que muitas mulheres nutrem uma visão errada ao associar videogames apenas ao público infantil, sendo que algumas estimulam esse preconceito. Ela relata que o videogame é também um “brinquedo” de gente grande e quem está nesse universo percebe logo isto.


Jade Raymond, produtora
de jogos eletrônicos



A influência feminina na criação de produtos relacionados a games só vem aumentando. É o caso da canadense Jade Raymond, que além de ser bela, é produtora do jogo Assassin's Creed, que possui classificação etária de 17anos ou mais. A jovem já trabalhou na Sony e na EA (Eletronic Arts), empresas de muita relevância no mundo da tecnologia.

Da direita para esquerda: Eather,
 personagem de Silent Hill 3;
Lara Croft,
personagem da série Tomb Raider
 e Samus Aran,
personagem da série Metroid Prime.


Outra forma de percebemos que as mulheres veem tendo maior destaque é que elas agora são personagens principais em jogos, deixando de serem coadjuvantes ou tendo papéis secundários nos games. Algumas das mais famosas são Eather, Lara Croft e Samus Aran.


Sobre como os games tratam a figura feminina, com o abuso de corpos perfeitos e de roupas sensuais, como decotes e mini-saias, Ester diz: “O fato é que os desenvolvedores de games enfatizam quase que religiosamente a beleza e a sensualidade feminina. São muito comuns belas heroínas com corpos voluptuosos e sensuais. O avanço da computação gráfica permite criar mulheres perfeitas com uma beleza quase que utópica. Eu vejo isso como arte. Mas isso não seria o fomento de uma realidade distorcida da figura feminina? Pode ser. Tal qual vemos na Playboy, por exemplo.”
Alguns dos aspectos positivos dos videogames, caso este seja jogado com moderação e os temas dos jogos sejam adequados às idades dos jogadores, são: o estímulo a coordenação motora, ao raciocínio e ajuda a compreensão de outras línguas, como o inglês que é o mais usado nos games. Em relação a isto Ester relata: “Um bom game é o cigarro que eu não fumo, é o álcool que eu não bebo ou a cocaína que eu não cheiro. É a válvula de escape que me deixa mais perto dos meus filhos, mais perto do mundo e de quebra, mais longe da senilidade”.
Talvez agora, depois de lida a matéria seja mais fácil entender que as mulheres estão pelo menos sendo reconhecidas no mundo dos games, isto é inegável, pois elas já começam a ocupar papéis importantes nas vendas de consoles. Além de terem a sua figura representada com irelevância nos jogos virtuais, mesmo que seja de uma maneira distorcida da realidade e com algum apelo sexual.

Um comentário:

  1. Tá de parabéns essa Ester Castro, mulher muito bonita, inteligente e conhecedora de videogames, deu uma qualidade a mais ao seu artigo!

    ResponderExcluir